quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Terra enigmática

Terra enigmática
Exótica e paradisíaca
Ergue-se na encosta duma colina
De características únicas
O seu traçado, é invulgar e natural
Isso a torna única e enigmática
É o receptor das águas
Vindas das campinas, de norte e sul
E das Serras, erguidas a leste
Vêm juntar-se numa encruzilhada
Ali bem próximo, das suas velhas paredes
Etão bem misturadas e unidas
Partem em direcção ao mar
Para se afogarem diluídas
Na imensidão doutra água
A que compõe espinha dorsal do adamastor
Mas é no pico mais alto
Da sua culina dorssal
Que está o seu Ex-líbris
O seu Castelo! E meu Oásis!
Donde eu observo tudo
Que me deleita e dá prazer
É lá que eu pela manhã
Espreito o nascer do sol
Mas sempre que o faço
Interpõe-se entre o meu olhar
E o tão desejado, o sol
Um enorme gigante
Que se ergue na direcção do céu
Com o nome baptismal
De Foi-a de Monchique
Mas em seu redor tudo é fascinante
A paisagem deslumbrante
Que me faz lembrar uma tela
Que um pintor anónimo pintou
E chamou-lhe de montanha
Pintou com tinta natural verde rubro
E só esse pintor seu autor
Pinta a tela de outra cor
Entre março e o mês de Junho
Onde se vêm diferentes cores
Pitadas com as flores
Que crescem nas suas encostas
Seguindo com o meu olhar
Na trajectória do sol
Vagueio por entre encostas e vales
Sobre as vestes naturais da Serra
Até meu olhar se aproximar de mim
E tropeçar nas velhas casas da vila
Dispersas pela colina enigmática
Onde se situa o meu oásis
E embriagados por tanta beleza
Seguem os meus olhos
Ribeira a cima para norte
E ribeira a cima para sul
Cada vez mais enfeitiçados
Pela beleza natural das coisas
E pelo perfume exótico e selvagem
Expelido naturalmente
Pela vastidão de flores e plantas
Reunidas neste paraíso único
De onde sobressaem vultos brancos
A fazer o contraste
Da natureza plena e secular
São as restantes casas!
Casas de camponeses sobreviventes
Que teimam em resistir á extinção
Como aconteceu com tudo
Que havia á sua volta
Nunca esqueçamos a Natureza
E tudo que dela faz parte
Para terminar minha fascinante viagem
Que encheu de beleza a minha visão
Rodo alguns graus a poente
E centro o meu olhar
No vale sobranceiro á colina
Onde se ergue o meu Oásis
E deixo deslizar o meu olhar
Por entre a densa vegetação
Até penetrar nas águas
Da imensidão do mar salgado
Perdendo-se no infinito horizonte
Com o sol que ai pernoita
Anunciando o intervalo do filme
De toda a beleza natural
Que os meus olhos tanto apreciam
A partir do Ex-líbris
Que é seu Castelo, e meu Oásis!

MANUEL JOÃO CRISTINO

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