segunda-feira, 27 de junho de 2011

EU ME CONFESSO

Confesso, que sou impiedoso, ao escrever
Carrego sem dó, sobre o papel indefeso
Estrangulo a caneta, até faze-la, esvair-se
E sem piedade, arrasto-a, a verte seu sangue

Torturo o meu cérebro, até á exaustão
Exigindo-lhe, que me diga, o que não sabe
Espolio as letras e, adultero as palavras
Uso e abuso de tudo, a meu belo prazer

E torturo e escravizo até, a minha língua
Quando escrevo poesia, usando a métrica
Torturo, o saco do lixo, por incompetência
Daquilo que escrevo, por ambição utópica

E para lá, de todo o mal que faço, quando escrevo
Ainda roubo, as palavras, que vou enxertando
Sem nunca, conhecer bem, seu verdadeiro dono
Aqui me curvo, pedindo desculpa, a todos lesados
Se é que eles existem? Nalgum lugar por ai!!!

AUTOR MANUEL JOÃO CRISTINO

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