terça-feira, 13 de julho de 2010

Já te chamo á muito querida morte

Já te chamo á muito, querida morte
Quero dar-te o corpo que deus me deu
Jogar toda a minha vida em teu breu
Por não haver, nada mais que me conforte

Minha amiga, leva-me a pouca sorte
Já que esta vida sempre me esqueceu
A esperança floriu, depois morreu
E o alicerce já ruiu, todo o suporte

Vem beijar-me o rosto, calar-me a voz
Vamos celebrar um pacto, entre nós
Que me leve os sonhos, a luz e a dor

Pára-me esta corrida esta ambição
Faz-me prisioneiro na tua prisão
Segrega-me á tua lei do despudor

AUTOR

MANUEL JOÃO CRISTINO

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